sexta-feira, 7 de março de 2014

Pra dar nó.


Estava viajando, fui para minha cidade favorita, pra minha cachoeira favorita, sentei em uma pedra, e fiquei olhando a água passar, pensando que eu era um rio, sempre fluindo, indo, independente do quê e porquê, quando percebo, há um moço, meio velho, moreno, com uma máquina, me enquadrando no retrato, aquilo de certa forma me incomodou, virei a cara, olhei pro outro nada.

Tempos depois, ele me viu e disse:
- Poxa, queria ter tirado uma foto sua.
Eu ri e disse:
- Não gosto de fotos.
Ele nem ouviu o que eu disse direito e respondeu :
- Você é muito bonita, estava tão natural, eu quis fotografar pra gravar o momento, mas aí você travou, fiquei meio constrangido, só quis tirar a foto pra guardar, você estava muito bonita.
Eu fiquei sem graça nessa hora, ri sem jeito e falei;
- Há muito obrigada...
Ele ainda repetiu umas três vezes  "você é bonita, nunca se esqueça disso", logo disso conclui, que entenda caro leitor eu "travei", isso é claro, acho que ao espontânea sou bonita, o jeito e deixar ser, mas observe a tamanha poesia, eu sou o retrato que aquele moço nunca vai ter, e não esquecerei que sou bonita, ele disse só bonita, o que dá espaço pro feio, o que torna bonito na peculiaridade.

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